segunda-feira, 13 de junho de 2011

Passagens


O sabor está nas passagens.
O definitivo é cansativo demais.  
Tudo que não muda nos condena, nos condiciona.
O bom da vida é saber que passa.
Um fim de tarde com toda a sua beleza não cabe no tempo.
E por isso ele se vai.
A beleza está nos intervalos, 
Nos espaços de luz em que a sombra já se mostra.

sábado, 11 de junho de 2011

Apenas sentir


Amor!

Em doses exageradas, de preferência...

Não importa o dia, lugar, ou estação,
Nem tão pouco tentar encontrar uma descrição

Apenas amor!

Seria este indispensável em nossa vida?
Ou apenas mais um termo utilizado na descoberta de novos mundos?

E por que não amar?
E por que não viver?
E por que não sentir?


Que venha sempre esse amor.
Que venha sempre a rigor.
Que seja sempre amor!

Amar sem possuir, sem omitir,
Sem destruir.
Apenas sentir!
Feliz dia dos namorados!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O clamor do abraço


Abraço é cuidado que atrai,
É voz muda,
Coração aberto que se encaixa perfeitamente no outro…

É saber falar mesmo no silêncio das almas,
É saber sentir o calor do corpo, sem fazer estardalhaços
Saber gostar com doses exageradas.

É quando o clamor grita em seus braços
E tudo nele se ilumina e aquece.

E assim tudo se dissolve na timidez de um abrigo…
E tudo que existe passa a viver para que você viva,
Para que nenhuma palavra seja dita e dois corações fiquem em paz!

E que seja sempre doce esse alimento de corpo
Que seja sonho.
Sonho a tornar-se realidade!
 (Marília Felix)

domingo, 5 de junho de 2011

Arqueologia da amizade: @SilmaraMoreira

Sil,
            Eu poderia começar te parabenizando e desejando as melhores coisas no dia de hoje. Ou então fazer votos consagrados e estipulados pelas regras sociais em que vivemos. Mas não! Não posso te desejar essas coisas hoje, pelo simples fato de desejá-las sempre (pelo menos nos últimos meses)!
             Eu tenho que me aventurar, a rabiscar em meus devaneios, sentimentos que não fiquem presos somente no dia de hoje. Eu quero algo que me pareça permanente! Para que você as sinta de Junho a Junho, todo dia, a cada instante...
            Você, como ninguém sabe da incompletude da escrita. Às vezes ela é mal entendida. Mas no momento, é a única que tenho para fazer você saber, o orgulho e a admiração que tenho aqui dentro por ti. Quem sabe algum dia a gente não se encontra nas plantações do Mato  Grosso ou nas ruas de Sampa (risos). Já imaginou? A Família toda reunida e nós podermos dividir a calmaria do silêncio...? Ops, no nosso caso, seria “tagarelar”, já que falamos pelos cotovelos, ou melhor, pelos dedos, rsrs. MSN e SMS sempre ativos!
            Na verdade eu sempre achei tudo isso muito impossível. Muito distante. Porém, aos poucos e ao mesmo tempo rapidamente, fui percebendo que o sentimento da amizade não tem nada haver com a distância! A sua extensão está proporcionalmente ligada ao fato de apenas poder existir, ela precisa ser GRANDE para que em sua extensão abrigue o impossível.
            E como eu gosto do impossível! É nele que encontramos a verdadeira fórmula do “querer sempre mais”! Do se doar a mais! Refazer a toda a trajetória... até o início de quem somos.
            Pudera eu estar aí contigo! Pudera eu dar-te bem mais do que esse meu amor falho... Ou então tentar provar essa nossa Arqueologia de amizade. Tentar explicar os “por quês” da vida... Mas não! Quem ama de verdade não precisa de porquês.
            É assim:
A gente oferece uma experiência assustosa a vida e ela se encarrega da extremidade do amor! 

Parabéns Sil!
Obrigada por existir em minha vida e me permitir fazer parte da sua!
Beijos!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Oração: algo grande que dilata a alma e enriquece a fé!

A oração não é pedir.
É um anseio da alma.
Trata-se de um diário de admissão de fraqueza.
É melhor na oração ter um coração sem palavras
Que palavras sem um coração.


Todos os dias Deus nos dá um momento
Em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes.
O instante mágico
É o momento em que um "sim" ou um "não"
Pode mudar toda a nossa existência...
E assim vivemos, sobrevivemos, renascemos!

domingo, 29 de maio de 2011

Aprendendo a viver


E eu já não procuro a palavra certa,
Aquela que explique, defina ou assossegue...
Que me contorne, nos caminhos da vida.

Eu já não me prendo somente ao belo,
Porque a certeza do amor está no momento incerto!

Eu já não me corto ao meio, ou em fatias
Porque eu sei que no final, tudo isso é rebeldia...

Eu só quero ascender pelo lado que se apaga
Eu quero sonhar com os olhos na realidade
Eu quero subir uma montanha e ver lá de cima, que a vista é bem melhor!

Eu quero  viver!
Reviver!
E aprendendo a viver de novo...

Boa semana amigos!
(Marília Felix)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Pisa com cuidado

Se eu tivesse as sedas bordadas do céu,
Com bainhas de luz de ouro e de prata,
As sedas azuis e sombrias e escuras,
Da noite e da luz e da meia-luz,

deitava-as todas aos teus pés.

Mas eu sou pobre e só tenho os meus sonhos.
Deitei-os todos aos teus pés.
Pisa com cuidado,
é nos meus sonhos que estás a pisar.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Eu sou a soma de tudo que vejo

Atrás da porta
Guardo os meus sapatos


Na gaveta do armário
Coloco minhas roupas
Na estante da sala
Vejo muitos livros
E a geladeira conserva o sabor das refeições
Minha casa é meu reino



Mas eu preciso de outros sapatos
De outras roupas, outros temperos
Para formar minhas ideias e meus sentimentos

Eu sou a soma de tudo que vejo
E minha casa é um espelho
Onde a noite eu me deito e sonho com as coisas mais loucas
Sem saber por que...

Eu só sei que tudo que vejo, por mais triste que seja
Dá para enfeitar com uma flor, um verso e um amor!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ato de adoração


Somos seres preocupados em agir, fazer, resolver, providenciar.
Estamos sempre tentando planejar uma coisa,
Concluir outra, descobrir uma terceira.

Não há nada de errado nisto
Afinal de contas, é assim que construímos 
E modificamos o mundo.

Mas faz parte da experiência da vida o ato da adoração.

Parar de vez em quando,
Sair de si mesmo,
Permanecer em silêncio diante do Universo.

Ajoelhar-se com o corpo e com a alma.
Sem pedir, sem pensar, sem mesmo agradecer por nada. 


Apenas viver o amor calado que nos envolve.
Nestes momentos, algumas lágrimas inesperadas
Que não são nem de alegria, nem de tristeza – podem jorrar.

Não se surpreenda.
Isto é um dom.
Estas lágrimas estão lavando sua alma.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A necessidade de amar

Nesse mundo nada nos torna mais necessários do que o amor!

Eu não vos falo sobre vendavais de paixões...
Ou da calmaria exagerada do ‘acostumar-se com o tempo’
É o meio termo!

É a bonita sensação do estar perto
E do anda, deixar o silêncio chegar...
É aquele desejo contínuo do querer sempre mais,
De se doar a mais.

É olhar e não sentir apenas desejo...
Beijar e não sentir apenas calafrios e ‘tum tum tum’ a mais.

É amar!
Se entregar!
Correr riscos de chorar!

Em síntese ou pergaminho,
O que importa não é a proporção,
E sim a qualificação do que parte de dentro!

(Marilia Felix)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Além da minha dimensão

Hoje eu quero ir muito além do Sol...
Além das nuvens, das estrelas e de todo o Céu.

Eu quero brincar sem me preocupar em sujar a roupa
Quero gargalhar até não aguentar mais
Quero sair mundo a fora...
Sem destino...
Sem nada a me prender.

Hoje eu quero tudo que é impossível
Viver de coração aberto,
‘Curtindo’ cada experiência que se passa.

E já não basta para mim o óbvio,
Eu quero aquilo que seja além da minha dimensão
Que esteja em entrelinhas, subtextos e indiretas na vida...

E se ‘tudo que fui prossegue em mim’
O que me interessa hoje
É acreditar no que eu ainda posso,
No que eu ainda sou capaz!

(Marília Felix)

"Porque não me interessa a realidade, interessa-me se é possível. Sendo possível, insisto."
 (Fabrício Carpinejar)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Simples assim...

Hoje não quero falar sobre Amor, Romance ou Paixão.
Hoje vou falar sobre Amizade.
Não números de seguidores, fãs ou contatos no MSN
Estou falando de amizade
Aquela verdadeira, recíproca!

Falo daquela voz que precisamos ouvir
Palavras que precisamos ler
Sentimentos que precisamos interiorizar
Ações que temos que praticar

Mesmo quando não conseguimos entender
Quiçá nos compreender a nós mesmos
Quando o chão se abre
O teto some
O rumo se perde
E a lágrima aparece
Precisamos daquela sirene, daquela sacudida
Daquela alerta que soa como um feixe de luz
Ou um desejo de cuidar, de mimar, de dar colo

Carinho que vem com tanta verdade
Que por um triz não se torna mágoa
Por gritar tantas verdades em forma de afeto

Amor é nó
Amizade é laço

aperta
Laço enfeita

Simples assim...

sábado, 30 de abril de 2011

Amo mais do que posso e menos do que sou capaz

Eu sou lúcida na minha loucura,
Permanente na minha inconstância,
Inquieta na minha comodidade.

Pinto a realidade com alguns sonhos,
E transformo alguns sonhos em cenas reais.

Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer
Não derramo uma lágrima.

Amo mais do que posso e, por medo,
Sempre menos do que sou capaz.
Busco pelo prazer da paisagem
E raramente pela alegre frustração da chegada. 

Quando me entrego, me atiro
Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo.
Nem eu sou o que penso que eu sou.
Nem nós o que a gente pensa que tem.

Penso mais do que falo.
E falo muito, nem sempre o que você quer saber.
Mas há uma mulher em algum lugar em mim
Que usa caros perfumes,
Sedas importadas e brilho no olhar,
Quando se traveste em sedução. 

Se você perceber qualquer tipo de constrangimento,
Não repare, eu não tenho pudores
Mas, não raro, sofro de timidez.

E note bem: não sou agressiva, mas defensiva.
Impaciente onde você vê ousadia.
Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.

Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer
Em que eu esqueço todos os conselhos
E sigo por caminhos escuros.
Estranhos desertos.
E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana,
Dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.