Por Rogna Costa
Em meio às vozes que me mandam calar...
E essa noite que recolhe minhas aspirações mais ternas...
São tantos os motivos que me pedem para tirar de mim o que na prática nunca pode ser meu!
Ontem querer-te me fazia entoar as notas mais suaves, me fazia fechar os olhos, me agitava a respiração.
Teu semblante era a imagem que me vinha à mente ao despertar, tua voz era o som que renovava minhas esperanças em todas as fases do luar.
Quanta coisa mudou!
Hoje tua presença estremece meu corpo, mas não com agrado, e sim como uma onda que te quer longe, cada vez mais longe.
A razão zomba de mim, pois a abandonei no meio do caminho, quando tudo o que diz respeito a ti abalava meu mundo com encantos.
Sei que o sentimento que meu peito guarda com esmero não é o bem maior, não é amor. O amor não encarcera a alma, o amor não detém os passos de quem busca construir algo bom. E isso, eu sei, não é amor.
Sinto que amanhã não restará sequer uma gota desse mar que me consome, o nó da garganta desaparecerá e respirarei aliviada. As belezas concretas se encarregarão de jogar ao vento os caprichos de um sonho que passou.
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'Quem és tu que me lês? És o meu segredo ou sou eu o teu?'