sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Você não se apaixona por alguém que tem o mesmo posicionamento político, que mora na mesma rua ou que tem aquela cara linda de propaganda de óculos na TV.
Você não se apaixona por alguém que tem os mesmos gostos intelectuais, acompanha as séries famosas da Netflix ou gosta dos Beatles.
Você não se apaixona por um diploma de Universidade, pela roupa de griff importada ou independência financeira da pessoa.
Você não se apaixona por tsunamis que revolucionam a sua vida, declarações de amor expostas em redes sociais ou status de relacionamentos.
Você não se apaixona pelo corpo escultural, pelo estilo fitness ou quem sabe uma linguagem acadêmica redigida segundo a ABNT.
Se apaixone por a leveza de poder enxergar a vida de outra forma, e acreditar que o amor sim, pode mudar o mundo e tornar as pessoas melhores.
Você merece alguém que diga o quanto você é linda, mesmo com seu cabelo bagunçado pós festa de rua, com aqueles olhos de panda por não ter tirado a maquiagem.
Alguém que mesmo você não se enquadre nos padrões de beleza da atualidade, ele continue apaixonado pela mulher incrível que você é.
Marília Felix

domingo, 25 de setembro de 2016

Palavras perdidas ao início do capítulo


           
Hoje tive uma imensa vontade de amanhecer por dentro, e com isso acordar aquele sentimento doce e sereno que foi um dia o nosso amor.
E eu lembrei daquela carta que você escreveu quando eu tinha 22 anos, aquela que falava que eu era diferente de tudo o que você tinha visto, sentido e desejado.
Sim, esta mesma que você engolia as virgulas pensando que elas eram desnecessárias ao que estávamos vivendo no momento.
Você dizia em palavras simples que eu te fazia bem e que pelo seu próprio bem você jamais queria sair de perto de mim. Como não lembrar daquela cena linda e não me apaixonar novamente?
Uma doce vontade de suportar a normalidade da vida e saí pelo mundo a fora, ultrapassando-me. Em um desfile de predicados, em que a parada da vida é o recomeço e a saída é uma vontade inventada, eu me encontro nestes devaneios de hoje vivendo um amor de primavera.
É um querer que vai além. Que não se sabe aonde chega. Palavras perdidas ao início do capítulo. Mas chega uma hora em que você sabe que ninguém sai da vida inteiro. O que você precisa aprender é ter paciência, dar um tempo e ter seu próprio tempo.
Porque as coisas são como devem ser. Mas, na hora certa. Na hora em que sorrimos pro outro, e enxergamos o olhar de Deus cogitado em nosso coração!
Sim, é assim que eu te vejo. É assim que eu quero te ver sempre. Hoje, mesmo que eu muitas vezes me sacie de músicas, café, séries e textos possa dizer que há necessidade de um abraço quente. Não um abraço qualquer. Digo, um abraço de amor. Dilacerado na certeza de que a eternidade entre nossos olhos existe.
A cada novo momento de nós sinto que uma parte nova se soma, uma parte velha se solta. Há pedaços lindos que eu amo, há pedaços faltando que estamos incompletos. Mas isso não tem importância, não estar finalizado em que nós somos nos dá opção de ser quem podemos ser.
Nos dá a chance de ser cada vez, melhor.

(Marília Felix)
25/09/2016

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Atemporal


Por favor, não me peça para esperar,
Não me analise, não fique procurando cada defeito meu...

No coração, o tempo não tem ritmo,
O tempo não comanda.
A felicidade se designa na certeza do ‘para sempre’, do insaciável.

Você entende o que o outro sente, mesmo quando ele não está ali.

Amor é tempo de inconstâncias.
Por essência, é criar belezas.

É voltar no tempo.
É estar no tempo certo.

Quiçá, é fazer escolhas.
As melhores, de preferência!

No amor não existe prazo de validade.
Amor é atemporal!
Ele excede o tempo, no passado, no presente e no futuro.

(Marília Felix)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Reservas


Quando a gente ama, a gente cuida!
Às vezes mais do que necessitaria.
Por que as vontades nunca satisfazem.

No amor é difícil entender certas ausências.
Tão pouco, sacrifícios.

A gente consume mais do que tem,
A gente se sustenta,
E acredita que somos capazes de suportar qualquer coisa.

Agarramo-nos a isso
E não precisa de mais nada.

Na hora do aperto, as reservas acabam.
E, de repente, um riso tímido
Presenteia nossos lábios.

É quando, então, descobrimos...
Que o infinito nunca acaba.

Ao contrário, é uma eternidade pra quem se foi e uma inquietude para quem fica.


(Marília Felix)

domingo, 21 de abril de 2013

Coração que vibra


No meio de todas as inconstâncias,
Algo se fazia constante.
Nada que pudesse explicar,
Mesmo que tentasse.
Nada que fizesse parar de bater.
Insaciável.
Imprescindível.
A parte mais bonita do que eu sou.
Um coração que vibra nos extremos de dois nós.
De nós!
Tem cheiro.
Tem sabor.
Liberdade de sentir e estar.
Necessidade de cada instante.
Alegria de qualquer lugar.

De tão tudo
Chega a ser próximo, mesmo na distância que é.

Marília Felix